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Colunas / Coluna do Felipe Vasconcelos

Atentado contra Donald Trump e a crise da democracia mundial

Atentado contra o político republicano traz à tona questões fundamentais sobre o cenário político atual de democracias ocidentais

Atentado contra Donald Trump e a crise da democracia mundial
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O atentado ocorrido contra Donald Trump neste sábado, dia 13, foi amplamente divulgado por toda a mídia internacional e alcançou quase que imediatamente os holofotes nas redes sociais e veículos de imprensa de todo o mundo. No entanto, o ocorrido traz à tona questões fundamentais a serem analisadas no cenário político atual de democracias ocidentais e, mais importante, lições a serem aprendidas.

Às dezoito horas e dez minutos do horário local em um evento de sua campanha em Butler, Pensilvânia, o ex-presidente e candidato à presidência Donald Trump se abaixa com a mão na orelha após barulhos de disparos, apenas para levantar instantes depois, com sua orelha sangrando, cercado por agentes do Serviço Secreto americano e um passo mais próximo de se tornar o próximo presidente dos Estados Unidos da América, enquanto era aclamado por apoiadores. O atirador foi morto logo em seguida pelo Serviço Secreto, mas não antes de matar uma outra pessoa que estava no evento.

Trump foi escoltado até um carro de sua equipe de segurança, que o levou até um hospital próximo, de onde foi divulgado que a situação do Republicano estava estável e o mesmo estava seguro. Momentos após o ataque, o ex-presidente Barack Obama, o atual presidente Joe Biden e diversas outras figuras rivais de Trump expressaram seu repúdio ao ataque e desejo de rápida recuperação ao Republicano, além de diversas outras personalidades influentes, como Elon Musk.

Mas para além das falhas na segurança e para as consequências nas eleições americanas deste ano, existe algo a mais na noite do dia 13 que deve ser notado: Um grito de socorro da democracia. Uma democracia que se mostra cada vez mais fragilizada e ameaçada não só nos Estados Unidos, mas em todo o hemisfério Ocidental, com o Brasil incluso (e, talvez, pioneiro neste fenômeno). O ataque foi um retrato de uma polarização e extremismo tamanhos que não devem - e não podem - passar despercebidos pelos cidadãos de todo o mundo.

“Não podemos permitir que isto esteja a acontecer. Não podemos ser assim. Não podemos tolerar isto". As palavras do rival de Trump na corrida presidencial, o presidente Joe Biden, mostram o quão inaceitável é o ataque contra um ato político pacífico, independente do lado. Apesar disso, ainda que inaceitável, a violência política não é rara, e vem se popularizando por todo o mundo. Nos Estados Unidos, um atentado fatal em um evento político. Na França, extremistas vandalizam e entram em confronto com a polícia nas históricas ruas de Paris. No Brasil, a polarização é capaz de afastar famílias e destruir o debate político saudável.

Tais fenômenos vêm sendo percebidos há anos, mas os tiros disparados na Pensilvânia foram um alerta final para democracias de todo o mundo, incluindo o Brasil, de que a polarização política está chegando a níveis verdadeiramente mortais, e de que agora, como dito pelo ex-presidente Barack Obama, devemos nos empenhar novamente com a civilidade e o respeito na política, com o diálogo e o debate saudável voltando a perseverar frente à barbaridade e violência digna de regimes distópicos.

 

 

 

 

 

 

Créditos (Imagem de capa): Colorado Politics

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Felipe Vasconcelos

Publicado por:

Felipe Vasconcelos

16 anos, formado no programa de analista internacional da Escola Superior de Relações Internacionais e com cursos em universidades como Georgetown e Harvard, escreve sobre política internacional e como esta influencia o cotidiano da região sul e...

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