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STF manda parar CPI contra Vale em Parauapebas

Alexandre de Moraes expediu liminar porque vereadores de Parauapebas teriam invadido prerrogativa federal sobre Cfem

STF manda parar CPI contra Vale em Parauapebas
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O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu na quarta-feira (26) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Parauapebas (PA) contra a Vale. O município cobra da mineradora aproximadamente R$ 11,7 bilhões relativos a divergências acumuladas desde 2004 no pagamento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem).

A suspensão da CPI, determinada por uma decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, foi publicada pelo site PlatõBR. O processo corre em segredo de Justiça.

Conforme a decisão, Moraes acatou o argumento da Vale de que a CPI, instaurada em maio, invadiu prerrogativas federais ao apurar pontos como a base de cálculo da Cfem devida ao município.

"A comissão buscou redefinir critérios de incidência, recompor bases de cálculo e pressionar economicamente a reclamante para celebração de acordos em valores bilionários, em nítida usurpação das atribuições da União e da Agência Nacional de Mineração (ANM)", disse a Vale no pedido feito ao STF.

Moraes disse que a CPI, ao direcionar suas investigações a pontos de competência da União, descumpriu precedentes do STF em dois julgamentos, que reconheceram a responsabilidade federal nesses assuntos.

"Ao instaurar Comissão Parlamentar de Inquérito que visa a alteração da ‘base de cálculo e os repasses da Cfem', a Câmara Municipal viola entendimento firmado pela Corte no sentido de que ‘a competência para legislar sobre as participações ou compensações financeiras a que ele se refere – inclusive quanto às condições de repartição e arrecadação dessas receitas – será necessariamente da alçada da União'", decidiu Moraes.

Negociações

A CPI da Mineração da Câmara Municipal de Parauapebas já realizou cinco reuniões oficiais com representantes da Vale desde a sua instauração. As tratativas, no entanto, chegaram a um impasse após o último encontro, realizado em 6 de novembro.

O vice-presidente jurídico da Vale, Same Arap, apresentou a proposta da empresa, que propõe um acordo global de R$ 560 milhões para encerrar todas as discussões sobre Cfem com os 32 municípios mineradores, o que resultaria em R$ 162,77 milhões para Parauapebas.

A proposta da mineradora determina ainda um tratamento uniforme da legislação federal em todo o país; adesão obrigatória dos 32 municípios representados pela Amig; celebração de um acordo de transação entre Vale, Amig, ANM e AGU; e pagamento parcelado em três anos (2026, 2027 e 2028), condicionado à aprovação da ANM e da AGU.

O presidente da CPI, o vereador Alex Ohana (PDT), considerou o valor e as condições inadmissíveis, por representarem, segundo ele, uma tentativa de desresponsabilização da empresa em relação aos débitos com Parauapebas e uma afronta à soberania municipal sobre a gestão de seus recursos minerários.

"A proposta da Vale é um retrocesso inaceitável. O município de Parauapebas não abrirá mão de seus direitos. Não se trata de um litígio qualquer – trata-se do futuro da cidade, do direito da população de se beneficiar da riqueza que ela própria sustenta", declarou.

Os outros vereadores paraenses classificaram a proposta como "vergonhosa e inaceitável".

Fonte/Créditos: Informações do Notícias de Mineração

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