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20 anos do assassinato de Dorothy Stang

Missionária e ativista se tornou símbolo da reforma agrária no Brasil, deixando legado de luta pela preservação ambiental

20 anos do assassinato de Dorothy Stang
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No dia 12 de fevereiro de 2005, o Brasil amanheceu com um dos mais chocantes e emblemáticos casos de toda a sua história: a morte da missionária e ativista americana Dorothy Stang, que fora assassinada com seis tiros aos 73 anos de idade, em uma estrada de terra próxima ao município de Anapu, no estado do Pará. 

Irmã Dorothy, como era conhecida entre as comunidades onde atuava, lutava pelos direitos humanos e pela sustentabilidade, defendendo a reforma agrária justa em prol da preservação ambiental. Sua luta contra a grilagem e exploração de terras provocava a ira de madeireiros e fazendeiros, que constantemente ameaçavam de morte a ativista.

A notícia de seu assassinato foi repercutida no mundo todo e, em território brasileiro, resultou em protestos e campanhas nos quatro cantos do país, com pedidos de paz, justiça e reforma agrária, especialmente no estado do Pará e na Amazônia, regiões onde a missionária tinha grande atuação solidária na luta pela proteção dos pobres rurais da região. 

As investigações em torno do assassinato mostraram o envolvimento de 5 pessoas: os fazendeiros Vitalmiro Moura (Bida) e Regivaldo Pereira Galvão, mandantes do crime, foram condenados a 30 anos de prisão, ambos cumprem pena em regime aberto. Rayfran das Neves Sales, um dos executores, foi condenado a 27 anos, deixou o regime fechado para cumprir o restante da pena em prisão domiciliar. Clodoaldo Carlos Batista, comparsa de Rayfran, foi sentenciado a 17 anos. Amair Feijoli da Cunha, o intermediário que contratou os pistoleiros, inicialmente foi condenado a 27 anos, mas obteve redução de um terço da pena através de delação premiada, o que garantiu a Amair uma pena de 18 anos.

Legado

20 anos após a morte da ativista que comoveu o mundo inteiro com o seu trabalho dedicado ao bem-estar das pessoas, uma pergunta se faz presente: o que ficou de Dorothy Stang? A resposta não poderia ser outra, o legado social.

A partir do trabalho da missionária, a atuação pela reforma agrária no Brasil se tornou uma pauta tão evidente e importante para a sociedade brasileira que prontificou os governos federais, estaduais e municipais a atuarem conjuntamente e diretamente no combate à grilagem, desmatamento e exploração de terras. No Brasil, muitas iniciativas sociais levam o nome da ativista, como o Projeto de Assentamento Irmã Dorothy Stang, criado pelo Incra em 2022 na região de Anapu, para abrigar famílias de agricultores.

Mesmo atualmente, onde a região sofre com constantes desmatamentos e crises ambientais, o legado de Dorothy Stang permanece irretocável: a ideia de que o ser humano pode ter a dignidade da moradia, do trabalho e do sustento através da preservação do meio ambiente. Sua coragem em defender as famílias mais necessitadas ficará marcada para sempre na história brasileira, inspirando milhares de pessoas a resistirem e irem à luta.

“Não quero fugir, nem quero abandonar a batalha desses fazendeiros que vivem sem proteção na floresta. Eles têm o direito sacrossanto de aspirar a uma vida melhor na terra onde possam viver e trabalhar com dignidade, respeitando o meio ambiente” – Dorothy Stang

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Eric Vaccaro

Publicado por:

Eric Vaccaro

Eric é repórter, redator e estudante de Jornalismo, com atuação voltada à cobertura local na região de Carajás.

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