A Bemisa Água Azul Mineração, controlada da Bemisa, informa que ampliou de forma expressiva as reservas de ouro no projeto Água Azul. O Relatório de Recursos independente mais recente, elaborado com base na norma NI 43-101, confirmou recursos da ordem de 1,73 milhões de onças do metal, considerando um teor médio de 1,47 g/t no Complexo Água Azul como um todo. Isto significa que a reserva comporta a instalação de uma mina de médio porte para produção do metal cujo preço está em viés de alta, mantendo-se acima de US$ 2.600 a onça e com perspectivas de chegar a US$ 3.000/onça, segundo analistas.
O projeto está localizado no município de Água Azul do Norte, um pequeno município a cerca de 180 km a Sudoeste de Parauapebas, no estado do Pará, próximo ao distrito polimetálico de Carajás e abrange uma área de 6.500 hectares com mineralização aurífera. O Complexo Água Azul envolve quatro direitos minerários.
Com o objetivo de viabilizar a implementação e continuidade do projeto, a Bemisa informa que investiu em pesquisas geológicas e metalúrgicas ao longo de mais de seis anos. Esse esforço teve como objetivo assegurar a viabilidade técnica, econômica e socioambiental necessária para o início das operações.
“É importante pontuar que esta estimativa de recursos leva em consideração apenas as sondagens realizadas em seis dos doze alvos do projeto, indicando que há alto potencial geológico não explorado para expansão dos recursos minerais. Até o final de novembro de 2024, o programa de exploração realizou 64.500 metros de sondagem, distribuídos em 541 furos. Após conclusão de todo o trabalho de pesquisa, um Relatório de Reservas será elaborado no 1° trimestre de 2025”, afirma a empresa.
Um dos pontos favoráveis do projeto é que o minério de Água Azul “é de baixa sulfetação e praticamente isento de metais contaminantes, principalmente os ambientalmente indesejáveis, tais como arsênio e chumbo. Essas características permitem uma rota de beneficiamento com baixo consumo de cianeto e alta recuperação metalúrgica, além de uma operação de disposição de rejeitos segura, com baixo potencial de drenagem ácida. A planta piloto em operação possui capacidade para processar 150 mil toneladas de minério por ano”. Em meados de dezembro, a empresa realizou, com sucesso, a audiência pública visando obter o licenciamento para uma escala de produção de 200 mil t/ano.
A usina-piloto, que obtém uma taxa de recuperação de até 93%, opera com circuitos de britagem, moagem, concentração gravimétrica, CIL (Carbon In Leach), eletrodeposição e fundição. Os rejeitos do processo, após passar por Detox, para recuperação do cianeto, são filtrados numa bateria de filtros-prensa e encaminhados para a área de deposição de rejeitos e estéril.
“Com foco na segurança dos nossos colaboradores e no compromisso com a sustentabilidade, o processo de beneficiamento de Água Azul utiliza um sistema de filtragem e empilhamento a seco, dispensando a utilização de barragens de rejeitos", acrescenta a Bemisa.
A lavra em escala piloto é realizada a céu aberto, de forma seletiva, quase cirúrgica, a fim de reduzir a movimentação de estéril e a taxa de diluição. Além da maior eficiência, a operação tem custos mais baixos. Para maior eficiência da lavra, a equipe de operação realiza uma reunião diária no pit da mina, a fim de checar o que foi definido no plano de lavra mensal.
Apesar de Água Azul do Norte estar numa região de forte atividade mineral, devido a sua proximidade a municípios como Parauapebas, Canaã dos Carajás, Tucumã e Marabá, o projeto da Bemisa é o primeiro empreendimento mineiro instalado no município, que conta com uma população de aproximadamente 18 mil habitantes e um IDH de 0,564. Mesmo assim, a Bemisa procura priorizar a contratação de pessoal local, o que exige treinamento, para o que a empresa conta com a ajuda do Senai. De um total de 134 funcionários próprios, 74% são do local, contra 14% da região e 22% de outros estados. Isto significa que, apesar de ainda estar na fase piloto ou semi-industrial, o projeto da Bemisa já é visto com bons olhos pela população local.
Minério de ferro em Minas Gerais
Além do projeto Água Azul, a Bemisa possui operações de minério de ferro em Minas Gerais, em que o destaque é o complexo Baratinha, localizado no município de Antônio Dias. O complexo é composto por 21 direitos minerários, com um recurso potencial superior a 300 milhões de toneladas de minério de ferro e tem dois projetos operacionais, com capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas de minério de ferro, sendo o principal polo de mineração da região do Vale do Aço.
Iniciada em 2014, a Mina Baratinha destacou-se por adotar práticas sustentáveis, como o descomissionamento de sua barragem e a implementação do sistema de filtro prensa e empilhamento a seco de rejeitos.
Em 2024, a Bemisa iniciou as operações da Mina Mongais, com Guia de Utilização. Segundo a Bemisa, “Mongais é mais um exemplo de um projeto greenfield, pesquisado e desenvolvido pela empresa, evidenciando a eficiência e o compromisso com a inovação e sustentabilidade nas nossas operações”.
A operação da Mina de Baratinha é certificada segundo as principais normas ISO 9001 para Gestão de Qualidade, 14001 para a Gestão Ambiental, 45001 para a Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional.
Em novembro de 2024, a unidade ultrapassou a marca de 4.100 dias sem acidentes com afastamento do trabalho, isto é, desde o início de sua implantação, “reafirmando o nosso compromisso com a segurança como valor fundamental em todas as nossas operações, declara a empresa.
Atualmente, o Complexo emprega 1.100 colaboradores próprios e cerca de 340 profissionais terceirizados, sem levar em conta os empregos indiretos gerados e seus impactos positivos na economia local, contribuindo também para o desenvolvimento social na região.
Fonte/Créditos: Com Brasil Mineral
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