A Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia (ASSOBIO) abriu oficialmente, nesta quinta-feira (30), a Vitrine da Bioeconomia, um espaço de 30 m² instalado no Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, no Complexo Porto Futuro II, em Belém. A loja reúne 60 marcas e centenas de produtos, entre cosméticos, biojoias, bebidas, alimentos e peças de moda, que mostram, na prática, como é possível gerar renda e conservar a floresta ao mesmo tempo.
Instalada em um contêiner, a Vitrine foi concebida como um laboratório de experiências e tem o apoio do Mercado Livre, parceiro da ASSOBIO desde 2019 na criação de uma seção exclusiva para produtos da sociobioeconomia na plataforma. O espaço permite que o público acompanhe a trajetória dos produtos amazônicos, do fruto in natura à transformação em itens de alto valor agregado. O projeto tem também o apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) e da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult).
Para o presidente da ASSOBIO, Paulo Reis, a loja é um reforço ao propósito da associação de dar visibilidade e escala aos negócios sustentáveis da Amazônia. “Queremos que cada visitante perceba que, ao escolher esses produtos, está contribuindo para manter a floresta em pé e gerar renda para milhares de famílias da região”, afirmou.
Fundada há dois anos, a ASSOBIO já reúne mais de 120 empreendedores e se consolida como uma das principais redes de negócios verdes do país.
Durante a inauguração, visitantes já puderam conhecer e levar para casa produtos da região. “Comprei café, um colar e castanhas-do-Pará. Vou levar para Minas um pedacinho da Amazônia. Achei muito interessante a proposta de trazer a produção de quem faz para esse espaço”, comentou a mineira Girlene Alves da Silva.
Presente na inauguração, Camille Bendahan Bemerguy, secretária adjunta de Bioeconomia da Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Estado do Pará (Semas), destacou o papel estratégico da bioeconomia para o desenvolvimento sustentável da região.
“A bioeconomia é uma agenda essencial para o Pará. Ela permite conciliar conservação, pessoas e prosperidade. Esse projeto é transformador porque dá visibilidade ao que já é produzido no território e mostra o potencial do Estado como epicentro da bioeconomia na Amazônia e no mundo”, disse.
Rota da Bioeconomia: a Amazônia em 11 experiências
Além da Vitrine, a ASSOBIO também lançou o projeto Rota da Bioeconomia, um circuito de experiências que convida o público a conhecer de perto os empreendimentos amazônicos que unem tradição, inovação e sustentabilidade.
O Rota da Bioeconomia estreia com 11 roteiros pela Região Metropolitana de Belém, ligando visitantes a empreendimentos que transformam insumos da floresta em produtos de valor, como biojoias, chocolates, bebidas e gastronomia regional. O passeio inaugural foi guiado pelo historiador Michel Pinho, em um roteiro especial pelo Ver-o-Peso, revelando as conexões entre saúde, cidade e floresta.
“Todos esses insumos amazônicos têm uma relação com um passado não tão distante. É fundamental entender que esse passado se faz presente de uma forma muito mais intensa e que está transformando o cenário da cidade em prol da sustentabilidade. E isso está sendo feito por pessoas e políticas que acreditam nesse potencial”, enfatizou o historiador Michel Pinho.
O projeto tem o apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), a partir do programa Floresta em Pé, fruto de cooperação financeira entre os governos da Alemanha e do Brasil por meio do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KFW) e implementado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS).
Conheça os empreendimentos que integram a Rota da Bioeconomia:
1. Uruçun – Hidromel amazônico e abelhas sem ferrão.
2. AMZ Tropical – Gin de jambu e degustações criativas.
3. Sítio da Cruz – Do cacau ao chocolate artesanal.
4. Da Tribu – Biojoias de látex e passeio até Cotijuba.
5. Filha do Combu – O sabor ancestral do chocolate na ilha.
6. Cacauaré – Ritual espiritual e degustação do cacau sagrado.
7. Manioca – A jornada da mandioca ao tucupi.
8. Jucarepa – O aroma do cumaru em receitas exclusivas.
9. Blaus – Sorvetes premiados com sabores da floresta.
10. Meu Garoto – A cachaça de jambu que “treme a língua”.
11. ASSOBIO – Encerramento com produtos da bioeconomia amazônica.
Como participar:
Os roteiros da Rota da Bioeconomia já estão disponíveis. Informações sobre valores, datas, reservas, número de vagas, pontos de encontro e transporte podem ser consultadas acessando: https://rotadabioeconomia.assobio.org/
Outras ações que impulsionam a bioeconomia
Vending Machine da Bioeconomia: já em operação no restaurante Amazônia na Cuia, no Porto Futuro, no centro de Belém, com mais de 30 itens produzidos por empreendedores da rede da ASSOBIO, incluindo chocolates, castanhas, cosméticos e acessórios. Até novembro de 2025, outras máquinas estarão em pontos estratégicos da cidade.
Vitrine Itinerante da Bioeconomia: espaço itinerante de exposição e venda que leva produtos como molhos de tucupi, granolas de tapioca, gin de jambu, cosméticos naturais e biojoias a eventos e pontos de contato direto com o público.
A ASSOBIO também estará com um espaço na Green Zone durante a COP30. Todas essas iniciativas visam não apenas ampliar mercados para produtos sociobioeconômicos, mas também fortalecer cadeias locais de valor, gerar renda para comunidades e incentivar modelos de uso responsável dos recursos naturais, alinhados à conservação da biodiversidade amazônica.
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