Gazeta Carajás - O genuíno portal de notícias do sul e sudeste do Pará

MENU

Notícias / Mineração

Epicentro do garimpo ilegal, sudeste do Pará tem maiores minas de manganês do Brasil

Região tornou-se o epicentro do garimpo ilegal de manganês no Brasil. Lucratividade do mineral atrai criminosos

Epicentro do garimpo ilegal, sudeste do Pará tem maiores minas de manganês do Brasil
A-
A+
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

As maiores reservas de manganês do Brasil, país detentor da quarta maior reserva mundial deste mineral, concentram-se no sudeste do Pará. Esta mesma região tornou-se o epicentro do garimpo ilegal que domina parte significativa da produção nacional.

Executivos do setor estimam que aproximadamente 30% de toda a produção brasileira de manganês está controlada por criminosos, com operações centradas no sudeste paraense. A região abriga as maiores jazidas do mineral no país, onde o minério aflora na terra, facilitando sua localização e exploração predatória.

Invasões a complexos minerais são frequentes. Um executivo relatou que sua empresa perdeu 10% de sua reserva na região de Carajás para garimpeiros que ocuparam suas terras por cinco meses. Em outro caso, criminosos armados expulsaram vigilantes e assumiram o controle parcial de uma operação mineradora.

A Vale, uma das principais denunciantes de invasões na área, viu seus projetos de manganês serem prejudicados por essas ações entre 2012 e 2020, período que antecedeu a decisão da empresa de vender direitos minerários para focar no minério de ferro.

A lucratividade do manganês atrai o crime organizado. Enquanto a tonelada do minério para siderurgia custa cerca de R$ 300, o sulfato de manganês para baterias de veículos elétricos alcança US$ 800. Contudo, o garimpo ilegal extrai apenas o minério bruto, sem agregar valor através de refino.

A operação criminosa segue um padrão: extração com máquinas, transporte por intermediários e venda para empresas que comercializam no mercado interno ou externo, frequentemente através do porto de Barcarena. Alguns tentam legalizar o mineral declarando falsa origem.

"Hipermercados e postos de gasolina da região compram as grandes máquinas usadas pelos garimpeiros", revela Igor Goettenauer, procurador da República em Marabá. "Devido à lucratividade do negócio, o crime vale a pena."

O domínio se estende ao âmbito social e político. A Vila União, em Marabá, por exemplo, vive em torno do garimpo, que também elege vereadores com seu apoio. "A política da região está ligada a esses garimpeiros, porque são eles que dominam partidos aqui", afirma Trocate.

Enquanto isso, o mercado legal encolhe. A Vale parou de extrair manganês em Carajás e vendeu suas operações em Mato Grosso do Sul. A Buritirama, maior mineradora da América do Sul, faliu em 2023. A produção nacional, que chegou a três milhões de toneladas em 2008, caiu para 537 mil toneladas no ano passado.

Empresas como a RMB tentam resistir, com planos de produzir 400 mil toneladas em Carajás e investimentos de R$ 240 milhões. Porém, segundo Samuel Borges, CEO da RMB, o garimpo ilegal já extraiu cinco milhões de toneladas de sua reserva. "Nós só temos como prerrogativa denunciar e esperar que as autoridades cumpram seus papéis", diz.

Fonte/Créditos: Com informações da Folha de São Paulo

Comentários:

Redação

Publicado por:

Redação

Redação

Saiba Mais

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!