A escalada militar dos Estados Unidos contra a Venezuela, com bombardeios a embarcações e a possibilidade de ações terrestres, levanta o alerta para uma crise de refugiados que pode atingir o Norte do Brasil. A avaliação foi exposta por Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, em entrevista à France Presse (AFP).
Amorim afirmou que uma "intervenção externa" no país vizinho "pode incendiar a América do Sul" e levar à "radicalização da política em todo o continente". Ele citou como um dos elementos do caos os "problemas concretos de refugiados" que surgiriam para o Brasil e a Colômbia.
Como parte dos estados do Norte, o Pará pode ser um local escolhido por refugiados de guerra da Venezuela. Atualmente, há povos venezuelanos já vivendo no Pará; estes deixaram o seu país em busca de melhores oportunidades e na fuga do governo de Nicolás Maduro. O principal estado a receber refugiados no Brasil é, e, em caso de guerra, será Roraima.
A tensão na região aumentou com uma série de operações militares americanas. O governo de Donald Trump já realizou bombardeios a dez barcos no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, alegando que transportavam drogas. Trump também declarou que fará ações terrestres contra cartéis de drogas em breve. Como parte da pressão, os Estados Unidos mobilizaram uma grande presença militar no Caribe.
O presidente Lula já se posicionou contra os ataques, dizendo não acreditar que sejam justificados e afirmando que Trump tem uma "falta de compreensão" de política internacional. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu por paz e disse "no crazy war, please" em um apelo em inglês.
Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) criticaram as ofensivas americanas, afirmando que os bombardeios violam o direito internacional e constituem execuções extrajudiciais. A justificativa de Trump para os ataques é combater a entrada de drogas nos Estados Unidos, embora dados da ONU apontem que o fentanil, principal droga causadora de overdoses no país, tenha origem no México.
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