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Pinduca, o Rei do Carimbó, se encanta com Canaã dos Carajás

Em entrevista, cantor celebrou volta à Terra Prometida e descreveu grata surpresa pelo desenvolvimento do município

Pinduca, o Rei do Carimbó, se encanta com Canaã dos Carajás
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O Festival Literário e Artístico de Canaã dos Carajás (FLACC) 2025 recebeu uma visita de peso no último final de semana: Aurino Quirino Gonçalves, o Pinduca, universalmente conhecido como o “Rei do Carimbó”. Aos 88 anos, o ícone da música paraense não apenas incendiou o palco do Parque de Eventos Mayko Goulart com sua apresentação de uma hora e meia no dia 22 de novembro, mas também concedeu uma entrevista exclusiva, na qual celebrou o momento de reconhecimento nacional do Carimbó e expressou sua profunda admiração pelo desenvolvimento de Canaã dos Carajás.

A Surpresa com o Progresso de Canaã

A visita de Pinduca a Canaã dos Carajás foi marcada por uma grata surpresa. O artista, que nasceu em Igarapé-Miri em 1937, relembrou o passado da cidade, contrastando-o com a realidade atual.

“A cidade que conheci tinha uma rua. Canaã dos Carajás me surpreendeu, tá bonita, organizada. As pessoas que moram aqui que fizeram Canaã dos Carajás crescer. É do Rio de Janeiro, é de São Paulo, é de todo canto do Brasil. Parece, assim, um bando de formiga. Se juntaram aquele bando de formiga e fizeram aquele ‘cupim alto’, né?”, sorriu.

O Rei do Carimbó elogiou a organização e a beleza da cidade, destacando o progresso que testemunhou. “Eu conheço quase o mundo todo, e não tenho encantamento para dizer: ah, eu gostaria de morar aqui ou ali… Eu gostaria de morar sempre no meu estado do Pará, onde a gente tem essa surpresa maravilhosa. Aqui houve progresso, ninguém pode negar.”

A Luta e a Vitória do Carimbó

Pinduca é uma figura central na história da música paraense, sendo um dos responsáveis por tirar o Carimbó da marginalidade e levá-lo para os grandes centros urbanos e, posteriormente, para o Brasil e o mundo. Sua obra, que mescla o tradicional Carimbó Pau e Corda com influências rítmicas da América Central e das Guianas, foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Pará em 2025.

O artista relembrou os tempos de luta na capital, Belém, onde o Carimbó era rejeitado:

“Eu tive um trabalho muito grande quando eu entendi de gravar Carimbó. Carimbó era uma música que era rejeitada, ninguém conhecia praticamente. Eu levei vaia, levei água na cara, copada de cerveja, como protesto por eu estar cantando naquele clube, naquela festa, carimbó, que era uma música rejeitada.”, contou.

Pinduca destacou o papel de sua geração, incluindo a cantora Fafá de Belém, na abertura do mercado musical para os artistas do Pará. Ele conta que, antes, os músicos locais eram obrigados a tocar partituras vindas do Rio de Janeiro e São Paulo. Com a ascensão do Carimbó, eles conseguiram “expulsar o merengue, que era quem predominava aqui no Pará, e estamos reinando até hoje.” O reconhecimento do gênero se estende ao cenário nacional, com Pinduca citando a recente presença do ritmo na COP30 em Belém, um evento de projeção internacional.

O Hino dos Estudantes: “Marcha do Vestibular”

Um dos maiores sucessos de Pinduca, a canção “Marcha do Vestibular”, foi mencionada como um verdadeiro hino para os estudantes paraenses. O artista revelou que a música transcendeu fronteiras, sendo solicitada até mesmo em apresentações internacionais. “Se fizer vestibular e passar, tem que tocar. Eu já fui contratado para cantar na Bolívia, por causa da Marcha do Vestibular.”, revelou.

Legado e Reconhecimento

A carreira de Pinduca é um testemunho de resiliência e paixão pela cultura amazônica. Seu trabalho não só popularizou o Carimbó, mas também abriu caminho para novos ritmos paraenses, como o Brega e o Tecnobrega. Neste ano, sua obra foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Pará. O músico também foi indicado ao Grammy de melhor álbum de Raízes Brasileiras de 2017, com o disco “No Embalo do Pinduca”.

Para a população de Canaã dos Carajás, Pinduca deixou uma mensagem de carinho e gratidão: “Canaã dos Carajás, recebam o meu coração como gratidão e meus parabéns pela bonita cidade.” Vale lembrar, que durante o show, o cantor prometeu escrever uma canção dedicada ao município, deixando o público em êxtase

Fonte/Créditos: Ascom- Canaã dos Carajás

Créditos (Imagem de capa): Diego Barbosa

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