Pouco mais de 100 dias depois de iniciar o seu governo, Toni Cunha ainda não mostrou a que veio. O prefeito de Marabá falha na articulação política, falha como gestor e falha naquela que é a principal função de um chefe do executivo: mediar conflitos. Esta última, a mais grave de todas as falhas, e possivelmente a raiz de todos os males da gestão.
Ao contrário do que fazem grandes líderes, Toni Cunha parece avesso ao diálogo com quem pensa diferente. Fala apenas para convertidos, uma grande plateia, diga-se de passagem, a mesma que o elegeu ano passado. A mesma plateia que vai virar as costas para ele quando o colapso acontecer.
E não tenha dúvida: este modo de governar vai conduzir Marabá para um colapso.
Marabá tem problemas graves e complexos demais. Um exemplo é a saúde do município, tal qual a educação, a infraestrutura urbana, transporte público, segurança urbana, economia, entre outros. Problemas tão grandes que não podem ser resolvidos sozinhos: é imperativo que se converse com todos e o prefeito parece incapaz disso.
Tendo as redes sociais como muleta, Toni terá certa paz de espírito nos primeiros seis meses de governo – talvez até um ano. Após isso, com o acúmulo de problemas advindos de sua convicção inabalável, forjada no altar do próprio ego, os mais fieis seguidores tendem a questionar a pouca resolutividade da gestão.
Toni se verá em uma sinuca de bico: problemas acumulados, falta de habilidade na articulação e isolamento político. De popular gestor, passará a ter competência questionada pela população de todas as classes sociais e a ideologia já não bastará.
O modelo gerencial adotado por Cunha tem prazo de validade, convence por pouco tempo e se verá improdutivo em alguns meses. Mas nem tudo está perdido: basta a ele por uma pedra em cima do próprio ego e conversar com quem pensa diferente. Do contrário, Marabá amargará quatro anos de estagnação e/ou até retrocesso.
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