O presidente da Câmara Municipal de Maraná, vereador Ilker Moraes, enviou ofício à sede da Agência Nacional de Mineração (ANM) solicitando uma rigorosa fiscalização nas minas de extração mineral e barragens de rejeitos no complexo minerador de Carajás.
No Ofício nº 68/2025, o presidente da Câmara de Marabá deu ciência à agência de que o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) registrou, em 3 de abril, um tremor de terra com magnitude de 4,3 na Escala Richter. O abalo foi sentido na cidade de Parauapebas, em Canaã dos Carajás, e na região da mina de cobre Salobo, que se localiza dentro do território de Marabá.
Moraes destacou que o tremor não causou grandes prejuízos materiais, mas que “reforça um padrão recente de atividade sísmica de forma crescente na região”. O presidente do legislativo marabaense lembrou que, em janeiro deste ano, a sismologia da USP reportou três tremores no município de Parauapebas, nos dias 4 (magnitude de 2,8), 5 (magnitude 3,1) e 9 (magnitude 2,8). O deste mês, com 4,3 de magnitude, acendeu o alerta.
“É preocupante, pois estudos apontam que existe uma grande falha geológica na região, a qual especialistas chamam de Falha de Carajás,” esclarece o vereador.
Riscos da barragem do Salobo
O presidente da Câmara de Marabá informou à Agência Nacional de Mineração que, por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta em 2021 para investigar os passivos socioambientais das atividades da mineradora multinacional Vale no projeto Salobo, foram identificados, entre outros aspectos, riscos de rompimento da barragem Mirim daquele empreendimento de cobre.
“Tal fato coloca em perigo a população ao longo do Rio Itacaiúnas e até da cidade de Marabá,” alerta ele, informando o diretor-geral da ANM que o relatório gerado do trabalho da CPI traz menções aos constantes abalos sismológicos na região da barragem de rejeitos da mina de Salobo, com base nos dados da USP, em relatos dos trabalhadores do projeto e em depoimentos colhidos junto a moradores da região.
Depoimentos de testemunhas
No entendimento de Ilker Moraes, é urgente que os órgãos competentes, como a ANM, façam fiscalização rigorosa nas minas da região de Carajás e cobrem medidas de segurança, inclusive com instalação de sistema de alarme ao longo das vilas próximas ao Rio Itacaiúnas e na cidade de Marabá. “Considerando que a Vale sempre minimiza as informações sobre os impactos dos abalos sísmicos, contrastando com relatos de moradores e trabalhadores na região de Salobo,” segundo o quais, devido ao tremor, carros dispararam alarmes, solo e prédios apresentam rachaduras e há desmoronamento de barrancos e pedras.
Após o ofício circular em instâncias superiores da capital federal, foi encaminhado à Divisão de Fiscalização (Difis) da agência no Pará, onde se encontra no aguardo de deliberações. Um dos problemas da fiscalização da Agência Nacional de Mineração no chão das mineradoras é a escassez da força de trabalho da autarquia, que se encontra sucateada, mesmo sendo uma “galinha dos ovos de ouro” do governo federal, já que o setor mineral é um dos que mais geram receita para o Brasil.
Fonte/Créditos: Com informações do Blog do Zé Dudu
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