Canaã dos Carajás é uma das mais ricas cidades do Brasil e, proporcionalmente, a mais abastado do Pará. Não causa estranheza o fato de que o crime organizado já está atuando na Terra Prometida, de forma sorrateira, silenciosa, quase imperceptível. Uma rede de crimes com hierarquia, método e planejamento tem tudo para ser lucrativa em uma cidade com tantos recursos.
O crime organizado vem em forma de facções nas periferias canaenses. Bairros como Vale da Benção e Vale Canaã já tem as organizações criminosas como realidade em seu cotidiano. As informações são de moradores destas localidades, que veem crescer o medo no cotidiano.
As facções trabalham silenciosamente no recrutamento de jovens. Os alvos são, principalmente, meninos a partir dos 14 anos. Em geral, negros, com renda familiar baixa e com dificuldades nos estudos. As facções seduzem os meninos com promessas de ganhos fáceis e rápidos, bem como o amparo de uma rede forte e consistente. Na prática, os jovens são a base de uma pirâmide muito bem estabelecida.
Estudos apontam que há 53 facções atuando no Brasil. O número assusta e impressiona: é quase o dobro de organizações em relação aos estados brasileiros – algo extremamente difícil de controlar.
Ainda não há informações concretas sobre quais facções atuam em Canaã e quantos membros canaenses elas possuem no momento. Mas as informações são de que o número de filiados cresce em ritmo acelerado.
As autoridades policiais possuem conhecimento disso e já atuam no sentido de impedir o crescimento das facções. O crime organizado atua em diversas áreas, mas principalmente na venda de drogas, roubos e assaltos.
Mas essa não é uma exclusividade de Canaã. Parauapebas há tempos lida com facções, bem como quase todas as cidades da região. Na prática, é quase impossível impedir este crescimento, mas o cuidado com os jovens é, talvez, a melhor arma que pais e governos têm contra o crime organizado.
Créditos (Imagem de capa): Bairro Vale da Benção em Canaã
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