O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (20) o afastamento cautelar do prefeito de São Félix do Xingu, João Cleber, por intervir contra a retirada de invasores na Terra Indígena Apyterewa.
O g1 entrou em contato com a prefeitura de São Félix do Xingu e solicitou um posicionamento sobre o pedido do MPF e aguarda retorno.
Na liminar solicitada à Justiça, o MPF diz que João Cléber não vem cumprindo as formalidades legais relacionadas à consulta prévia, à garantia dos interesses dos indígenas e ao devido licenciamento ambiental.
O MPF aponta ainda que o prefeito está disseminando fake news sobre uma “suposta paralisação da operação”, com o intuito de paralisar a retirada dos invasores.
Um exemplo das supostas fake news é o vídeo publicado em 17 de outubro no perfil da Prefeitura de São Felix do Xingu e no perfil do prefeito. No vídeo, o gestor afirma que entrou em contato com o governador e com o presidente e, após isso, a desintrusão da TI havia sido suspensa.
João Cléber Torres também afirma no vídeo que ”as pessoas não indígenas que hoje ocupam a área somente sairão do local após recebimento de indenização”.
Para o MPF, “é patente a intervenção indevida do prefeito ao divulgar informações falsas com o intuito de prejudicar a desintrusão da região”. Na verdade, não há qualquer suspensão da desintrusão, diz o órgão.
Segundo o Ministério, o prefeito incita “a população contra a operação e gera risco à segurança da população envolvida e, consequentemente, pondo em risco a própria conclusão da desintrusão”.
“Caso o demandado permaneça no cargo, empregará os mesmos artifícios, dificultando ou até mesmo inviabilizando o processo de desintrusão”, consta no pedido de afastamento.
João e a Prefeitura de São Félix do Xingu ainda não falaram sobre o caso.
(Com informações do G1 Pará)
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