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Homem de 60 anos morre ao fazer endoscopia em Marabá

Médico responsável pelo procedimento foi preso em flagrante. Leandro Augusto tem histórico de denúncias junto ao Ministério Público por atuar usando registro de outros profissionais e há denúncias que apontam que ele sequer é médico

Homem de 60 anos morre ao fazer endoscopia em Marabá
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Luiz Ribeiro da Silva, 60 anos, morreu na tarde desta terça-feira (25), após realizar uma endoscopia em uma clínica particular localizada na Folha 32, no Núcleo da Nova Marabá, em Marabá.

O médico responsável pelo procedimento, Leandro Augusto Alves Oliveira, foi autuado em flagrante e encaminhado para a 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, na Folha 30.

De acordo com Neuraci Batista, esposa de Luiz Ribeiro, o companheiro estava com mal-estar no estômago e decidiu consultar e realizar o exame. “Foi negligência médica. Eu não aceito isso ficar impune. Meu marido entrou caminhando normalmente, e de repente o vi passando mal dentro da sala e morreu. Não passou nem dez minutos dentro da sala. Foi negligência”, denuncia, indignada.

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Neuraci afirma que o Serviço de Atendimento Móvel em Urgência (SAMU) foi acionado e que tentaram esconder dela detalhes sobre a morte. “Ninguém me dava informação. Foi um reboliço, eles começaram a despachar as outras pessoas que estavam aguardando atendimento”, narra.

 

Denúncias ao Ministério Público

Leandro Augusto Alves Oliveira possui duas denúncias protocoladas junto ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).

A primeira delas é de maio de 2017. Leandro foi denunciado por atender no Centro de Saúde Hiroshi Matsuda, em Marabá, como clínico geral, sem possuir registro junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e utilizar o número de registro de outro profissional. Além disso, foi exposto que o carimbo utilizado por Leandro foi feito de maneira a dificultar o entendimento dos dados. Na ocasião, a promotora de Justiça, Mayanna Queiroz, solicitou à Secretaria Municipal de Saúde documentação que comprovasse a regularidade do profissional.

Em resposta, Marcone Leite, secretário municipal de Saúde à época, respondeu a solicitação da promotoria informando que Leandro Augusto era concursado no cargo de fonoaudiólogo, por isso não possuía registro no CRM. Contudo, seria investigada a denúncia de que ele estaria atendendo como médico.

A outra queixa aconteceu em agosto de 2021. Uma carta foi enviada ao MPPA fazendo um histórico profissional de Leandro.

Segundo o documento, o médico atendia no Hiroshi Matsuda e na Clínica DiSaúde como fonoaudiólogo. “Nesse período, foram coletadas várias receitas e solicitações de exames feitos pelo médico, com carimbo e CRM de uma médica de Belém. Foi feita denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina, que não deu em nada”, diz o trecho.

A pessoa que faz a denúncia relata que Leandro Augusto passou um período de 2 anos fora de Marabá, e quando retornou já foi como médico formado. “O curso de medicina totaliza seis anos de graduação. Formou num tempo muito curto de dois anos. E o interessante é que está prestando atendimento como médico especializado em procedimentos endoscópicos”, diz o documento.

A Reportagem do Correio falou com o advogado Diego Freire, que representa o médico, mas ele informou que só se pronunciará sobre seu cliente quando encerrar o flagrante na Delegacia de Polícia.

(Reportagem: Chagas Filho e Ana Mangas - Correio de Carajás)

Créditos (Imagem de capa): Foto: Médico Leandro Augusto

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