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Canaã: Escola Irmã Laura pede socorro

Professores foram demitidos de seus cargos e mais de 2 mil alunos podem ficar sem aula. Ensino médio na bilionária é Canaã é vergonha nacional: além de professores, faltam ASG’s, assistentes administrativos e até salas de aula

Canaã: Escola Irmã Laura pede socorro
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A manchete desta reportagem não é exagero ou sensacionalismo. A Escola Estadual Irmã Laura, localizada no bairro Novo Brasil em Canaã dos Carajás, pede socorro. O Gazeta Carajás foi procurado por estudantes e profissionais da educação e o relato é um só: a unidade está abandonada pelas autoridades políticas.

Nesta semana, cinco professores que atuam na Irmã Laura foram demitidos e até o momento não há substitutos para as vagas deixadas por ele. Pior: até o final de maio, mais educadores devem deixar os cargos.

A Irmã Laura possui mais de 2 mil estudantes distribuídos em três turnos. A escola passou por uma reforma completa recentemente, mas a demanda é tão alta que ainda faltam salas de aula. O caos é tão grandioso que espaços pedagógicos estão sendo utilizados como sala de aula, sem falar em turmas diferentes que estão sendo obrigadas a estudar juntas.

Além de professores, faltam agentes de serviços gerais, assistentes administrativos, agentes de portaria e vigias. A Escola Estadual Irmã Laura está abandonada.

Ensino médio em Canaã é vergonha nacional

Ao longo da semana, vídeos de alunos da outra unidade de ensino estadual em Canaã, a João Nelson, viralizaram nas redes. Os estudantes são obrigados a limpar as salas de aula em que estudam. Mas isso não faz parte de nenhuma proposta pedagógica – eles limpam por uma questão de sobrevivência. Não há profissionais de limpeza na escola. A escola também perdeu professores e não há previsão de reposição.

O vereador Cleverson Zajac utilizou a tribuna para denunciar a situação e chamou a atenção do Brasil com o vídeo. “Nossos alunos estão sendo explorados, tendo que limpar as salas. Onde já se viu isso? Os pais mandam seus filhos para estudar, mas eles estão se revezando para manter o ambiente limpo. Rodo e vassoura no lugar de caneta? Foi-se o tempo que não havia recursos para contratar estes profissionais.”

Ex-secretária de Educação, a professora Roselma Milani foi questionada pelo Gazeta Carajás sobre a situação do ensino médio em Canaã. “Canaã tem uma lacuna. Avançamos na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino superior, porém, o ensino médio tem grandes problemas. Como uma cidade pode ser educadora se um dos ciclos está falhando?”

Responsabilidade de quem?

O ensino médio é responsabilidade do governo do estado, inclusive estrutura e profissionais. As cobranças recaem sobre a figura do governador, que veio a Canaã duas vezes no segundo semestre de 2023 para inaugurar a reforma das escolas. À época, um convênio foi firmado entre município e governo do estado para a reforma: Canaã pagou a maior parte da reforma.

Apesar da responsabilidade ser estadual, os jovens estudantes que estão sem aula são cidadãos de Canaã dos Carajás. Aí, entra a obviedade da questão: se há legalidade para um convênio para reformas, por que não há legalidade para uma intervenção municipal no ensino estadual?

A prefeita Josemira Gadelha segue em silêncio sobre a questão, que não está passando em branco diante da comunidade. Falta pulso, posicionamento e postura da gestora municipal.

 

Créditos (Imagem de capa): Paulo Cezar - Agência Pará

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Kleysykennyson Carneiro

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Kleysykennyson Carneiro

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